quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Não tenho mais palavras.
Gastei-as a negar-te...
(Só a negar-te eu pudesse combater
O terror de te ver
Em toda a parte.)
Fosse qual fosse o chão da caminhada,
Era certa a meu lado
A divina presença impertinente
Do teu vulto calado
E paciente...
E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a solidão.
Fechado num ouriço de recusas,
Soltei a voz, arma que tu não usas, 
Sempre silencioso na agressão.
Mas o tempo moeu na sua mó
O joio amargo do que te dizia...
Agora somos dois obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a par na teimosia.


A vida é um sonho perdido, num sono profundo e verdadeiro, e se te perguntarem quem sou, diz apenas que sou um louco consciente da loucura.
E se eu fosse outro que não sou, se tivesse caminhado  pelo outro lado da encruzilhada? qual homem não se perguntou a si próprio...se pode-se ser eu anos atrás, quem era eu?
E eu mudaria muita coisa, hoje era mais feliz talvez, ou não porque não sei. Não te teria negado é certo, não teria fugido para longe....
Mas a verdadeira questão é: teria eu consciência disso? saberia eu a falta que me fazes se tu estivesses comigo? Talvez a ser assim preferisse o café, amargo, ao teu lado, como hoje...

É assim mesmo, o tempo não volta e se voltasse não era o mesmo. Faz agora porque é o presente que é futuro. 
Não te quero porque a vida tua não me encaixa e a minha não te serve, mas quero-te sem porquês nem para quês, mas porque sim. Porque é imaginário e a imaginação não tem de ter razão para ser....

segunda-feira, 13 de abril de 2015

"E a vezes em os dias parecem meses"
sem nunca saber porquê ou quando, bate em mim o tempo perdido, a falta de um tempo que já passou abala-me, e ainda que forte e alto como uma árvore bem enraizada tremo com esse vento do Norte pela fraqueza do não sei quê...
Eu não me perco em pensamentos chorosos, não sinto que o possa fazer, ou se quer que o deveria, se é que em algum caso isso deva ser um dever. Os olhos não são tristes, já o foram hoje são só olhos, às vezes alegres como uma criança que pula atrás de uma bola, outras vezes distantes com um velho pensamento perdido entre o que foi realmente foi e aquilo que a imaginação preenche.
Já não te tenho saudades, já não me dou ao trabalho de as ter, hoje só espreito de longe a longe aquilo em que tu ficaste, mas não saudosamente, apenas com vontade de correr para ti e contar o mundo todo que vi na palma da minha mão. Não são saudades porque não quero aquilo que tive nem imagino aquilo que podia ter, não espero como um amante espera a sua amada, nem desespero como a mulher espera o soldado, não enfatizo nem crio histórias, não é isso que trago em mim. E se me perguntarem se te quero direi que não e negarei tudo isso que um dia quase foi. Aquilo que trago de ti é nostalgia memórias perdidas de um tempo em que me ria de nada, entre mil e uma doses de café, quatrocentos cigarros e os mal dizeres do mundo sempre errado e perdido. Não nego o teu corpo, mas sinto a distância dos teus olhos, e as vezes acredito que seria melhor ter ficado apenas com eles, talvez ainda hoje me vissem, ou não, mas que diferença faz isso agora que é só nostalgia perdida nuns minutos de silêncio.
Eu como estou? Bem na verdade, como sempre quis estar, mas as vezes os dias parecem meses
eternos de inverno e o verão uma breve brisa...
P.S. : a minha estação do ano favorita é o outono

sábado, 2 de novembro de 2013

sou como qualquer outro ser com razão,
nunca tenho razão de realmente ser...
e sou assim, mesmo em busca de uma razão para ser,

e sou assim como um navio,
preso no mar

são os olhos que tem a culpa,
são estes meus olhos,
que me fazem ser assim
preso no topo de um arranha céus
a olhar para o mundo sem lhe poder tocar


sabes uma coisa, nao faço a minima ideia do que quero fazer...
- e nao é normal?
- deveria ser?
- a verdade é que sem objectivos vais perder-te inevitavelmente, afinal como queres chegar se nao sabes onde?
- posso descobrir quando la chegar!!!
- entendo-te, és como um pássaro, perdido, a voar olhando para baixo à procura de um "local de aterragem"
- a simpatia é mesmo o teu forte
- és realmente optimista

Há um tempo em que o tempo, é tempo a mais, e ao mesmo tempo, é um tempo que finda, ou seja é tanto o tempo,que na verdade, e é por ser tanto esse tempo, que no fim de contas será ainda menos tempo, do que seria,se realmente esse tempo fosse menos...como areia na parte superior de uma ampulheta afinal não é tudo assim?
sim é verdade, não há de facto uma dia a mais na vida que não seja um dia a menos nela própria...
há pessoas que não conseguem usar o tempo.... .

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Hoje apetece-me dizer que te amo, mas baixinho para mais ninguém ouvir, não é que eu me importe que os outros saibam que eu te amo, é apenas porque o amor é nosso, meu e teu, e hoje acordei egoísta, não quero partilha-lo com mais ninguém...Mas, também para que deixar que os outros ouçam que te amo? não lhes ia fazer diferença, a não ser que também eles te amassem, e ai já me fazia diferença a mim. sem te amarem realmente ao olharem-te só te iriam achar bonita, mas isso quaisquer olhos poderiam ver. Não, sem te amarem não seriam capazes de ver o teu sorriso, de notar as particularidades do teu rosto, de conhecer cada sinal, não dariam conta que as tuas maças do rosto sobem um pouco quando ris, não saberiam destingir quando sorris tristemente daquele sorriso magico de felicidade. não olhariam para ti a chegar limitar-se-iam a apreciar a tua passagem, não seriam capazes de gozar do teu silencio, nem perceberiam a diferença do teu tom de voz em cada momento. E eu,  nem eu sei como acabei a dar-me conta de tudo isto, nem me lembro bem quando foi o momento em que acordei a pensar em ti sem querer, não me recordo bem do do primeiro dia em que invadias, sem permissão, os meus pensamentos, talvez por ser distraído, talvez porque o amor vem de mansinho, com pés de lã, ataca de surpresa, instala-se e como senhor e dono de mim, esse amor, não me deixa esquecer-te..
É inútil tentar dizer porque te amo, existindo realmente mil e uma razoes para o fazer, amar-te tornou-se em mim uma coisa tão comum, que das mil e uma razões todas elas me parecem óbvias, amo-te porque sim porque não seria capaz de conceber outra maneira de te sentir, e é assim amo-te porque te amo e te amo porque amo-te.
chamar-me-ias ridículo, se lesses o que te escrevo, dirias que me amas também, mas não deixarias de achar ridículo, melhor assim, não escrevo para que tu leias, mas se um dia te mostrar e leres isto saberás, que era a melhor maneira de suportar a tua ausência nos longos dias em que tu não estas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Há dias como hoje, dias normais, dias iguais, estes dias em que a tua ausência não é falta, é apenas a tua ausência, não é realmente que tu me faltes, mas antes que noto que não estas aqui, aprendi a ter-te e sonhar sem te ver é como perder a razão do sonho em si.
Não, sinto a tua falta, se fechar o olhos vejo-te cheiro-te sinto a tua pele. mas é a tua ausência, que noto de olhos bem abertos, é o olhar para o lado e saber que os teus olhos não me estão a ver, e abrir a porta e não ouvir a tua voz do outro lado a ecoar melodicamente...
Fazes-me feliz, estranhamente feliz, de uma maneira que a felicidade me assusta, e as vezes de tanto ter sido triste, nem sei bem como viver a felicidade. Sinto-me estranho e antagónico, giram em mim todos os sentimentos do mundo, e todos eles já vividos, todos eles são novos, todos são únicos e todos são por ti. É estranho, não sei bem como escrever a felicidade, é fácil escrever a tristeza, talvez porque se procura um amparo naquilo que se diz, é difícil escrever a felicidade, talvez porque de tão frágil ser se tenha medo de perder ao expor-se.
vou deixar.te um pedido, fica comigo, deixa-me não saber dizer como me fazes feliz.